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sábado, 24 de abril de 2010

Uma dúvida razoável

A vida está em suas mãos, mas a morte está em suas mentes.

Um jovem porto-riquenho de dezoito anos acusado de assassinato, testemunhas oculares, provas cabais, doze jurados a serem convencidos por acusação e defesa. Um filme de juri qualquer? Não! 12 homens e uma sentença é um dos mais incríveis filmes ambientados em tribunal da história. Sua ação tem um local central: A sala do juri, onde doze jurados, sem nome, sem profissão ou qualquer identificação começam a definir o futuro daquele jovem. Para condená-lo ou inocentá-lo, era necessário o consenso, 12 votos, para a condenação, a pema de morte era compulsória.

O primeiro confronto que o filme traz é: O quão isento é o juri? Se todos aqueles jurados fazem parte de uma sociedade que havia condenado previamente o jovem, por que pensariam diferente, e é isso que vemos no começo do filme. A opinião pública tratada praticamente como senso comum, menos para o jurado #8, interpretado magistralmente por Henry Fonda. Aquilo que parecia ser uma decisão rápida começa a se tornar uma discussão, a sequência de fatos apresentados e testemunhados é posta a prova por aqueles homens. Cada um com o seu modo de pensar e sua personalidade, que começa a aparecer e evidenciar as razões do pensamento. Uns mais lógicos, outros mais emotivos, ainda há outros indiferentes ao caso. Mais um confronto: O quão preciso é juri? Se em uns governa a emoção e em outros governa a indiferença.

Durante toda a discussão, dois jurados representam a polaridade de opiniões, o número 8, que em momento algum nega a possibilidade do jovem ter cometido o crime, mas acredita: Há uma dúvida razoável que o impede de relegar aquele jovem à cadeira elétrica. Do outro lado o emotivo jurado #3, interpretado por Lee J. Cobb (Sindicato de Ladrões, O Exorcista), em um momento, #3 leva seu "senso de justiça" (ou vingança) a um nível tão elevado que afirma sua vontade de ser pessoalmente o carrasco e colocar em funcionamento a cadeira elétrica.

12 Angry Men expõe o caráter do homem de uma maneira tão devastadora em tão pouco tempo que se torna um clássico de gerações. 53 anos depois de seu lançamento, com apenas 1 dos 12 jurados vivos, o filme se conserva, é referência para obras do tema e instiga o nosso pensamento crítico. Aos que procuram um ponto para reflexão, ou apenas um bom filme para a diversão, fica aqui a minha fortíssima recomendação. Entre algumas das premiações conquistadas estão o Urso de Ouro de Berlim, 3 indicações ao Oscar e 4 ao Globo de Ouro. Hoje o filme está no Top 10 da famosa lista do IMDb (Internet Movie Database).

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